No circo da Fórmula 1, poucas coisas animam os fãs (e os deixam tão ansiosos) como a pré-temporada. E a recente contratação de Kimi Raikkönen, marcando o retorno do finlandês à F1, já acelera essa fase do circo. Ainda mais quando a temporada "termina" mais cedo, como foi o caso desta, que Sebastian Vettel se assegurou como campeão com antecedência. Algumas vezes, a pré-temporada anima muito mais que o ano em si, sendo que outras dá apenas uma noção do quão bom ele será.
Não soa como exagero dizer que a essa fase do ano é um verdadeiro laboratório de testes. É justamente nessa lacuna de 4 meses que todos os times fazem seus carros para a próxima temporada. E também é nessa época que dá para se ter uma noção do (des)equilíbrio de forças que pode ocorrer. Normalmente quem compete até a última corrida tende a começar o novo certame com uma defasagem para os rivais, assim como quem fica para trás no ano vigente já foca no ano seguinte leve, ao menos nas primeiras corridas, vantagem. Um bom exemplo é o que ocorreu de 2008 para 2009, onde Ferrari e McLaren, que brigaram até a última corrida ficaram aquém do esperado e a Honda, que vivia no fundo do grid, se tornou a campeã Brawn Racing. Entretanto, é de se esperar que a Red Bull para 2012 continue forte, uma vez que venceu entre pilotos e construtores com folga, e que a McLaren siga próxima a ela. Já a Ferrari, que continua quase que completamente comandada por italianos, é uma icógnita, porém com fortes tendências a ficar um pouco para trás, isso só para citar os três primeiros times de 2011.
"E para os pilotos?", muita gente pergunta. E não dá pra se dar somente uma resposta. Afinal, enquanto alguns pilotos tiram férias, outros ralam - e muito - seja para melhorar o carro para o certame que vai começar ou para assegurar uma vaga em alguma equipe, ainda que somente como test-driver. Nessa época também fica aberta a "janela de transferência", onde muita gente entra (e sai) de todos os times. A melhor prova de que 2012 já começou é a já dita contratação de Kimi Raikkonen pela Renault. E, ao mesmo tempo que alguns times mantém seus pilotos sem mudança alguma, outros já saem em busca de novos corredores. Um bom exemplo é um dos postos da Williams, que não está assegurado de ser de Rubens Barrichello, assim como na Force India, onde Adrian Sutil caiu fora para o retorno de Nico Hulkenberg à Fórmula 1 e na Toro Rosso, que passou a ter Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo no lugar de Sébastien Buemi e Jaime Alguersuari.
Um excelente critério para sondar novas vagas são os testes coletivos, bem como os testes de inverno, que invariavelmente também acabam sendo a primeira oportunidade de cada time conhecer seus adversários, e da imprensa conhecer as novidades dos carros, sejam elas mecânicas, aerodinâmicas ou referentes à pintura - leia-se novos patrocinadores, o que é um excelente indicativo de saúde ou convalescência financeira. Vale lembrar que essa época também é a que tem mais novatos aparecendo, pois é nesses testes que as equipes (em sua grande maioria as pequenas e/ou médias) encontram alguém para preencher uma das cadeiras (ou as duas, às vezes) no ano. E, curiosamente os testes de 2012 nem começaram e já são escassas as vagas, restando apenas uma na Williams e outra na fraca Hispania, que coincidentemente têm, entre outros concorrentes, dois brasileiros: Barrichello e Bruno Senna.
Para animar ainda mais, sempre há toda a sorte de boatos rondando o circo, como a volta de algum piloto ou alguma contratação ou negócio mirabolante, como quando em 2001 três times anunciaram Adrian Newey como novo engenheiro ou quando foram anunciadas as equipes USF1 e Stefan GP, que nunca participaram de uma sessão de treino livre ou sequer apresentaram o carro. Para o certame que se inicia, já apareceu até um boato louco que o bilionário brasileiro Eike Batista (!!) seria acionista da Williams, bem como um boato (confirmado inclusive pelo jornalista Ricardo Boechat) de que Bruno Senna já estaria fechado com o time de Grove.
Lógico que a grande expectativa para 2012 é se Robert Kubica retorna ou não, mas ficam outras dúvidas no ar. Os campeões (e outros do grid) da GP2 e Fórmula 3 terão chance em algum time, ainda que como test-drivers? Quem serão os pay-drivers (pilotos pagantes) a entrar nos times pequenos? Barrichello se aposenta mesmo? Junto a isso começa quase que uma caçada virtual por fotos, notícias e informações, em procura, principalmente, aos modelos em testes e as primeiras imagens de novos pilotos rodando. Todas essas expectativas, e mais algumas, já começam a ganhar algumas respostas em fevereiro, nos primeiros testes coletivos, primeiro em Jerez, depois em Barcelona.
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